7 de maio de 2010

Viver

A vida parece simples quando sabemos o que irá acontecer no dia seguinte, quando estamos acostumados com nossas coisas, quando não estamos preocupados com o amanhã e quando tudo ocorre coforme imaginamos, mas chega um momento, em que tudo muda, então ficamos desnorteados. O amanhã se torna um enigma, o passado indecifrável, e isso afeta o presente. Você não consegue dar o passo seguinte por receio, deixa de tomar uma atitude por medo e aceita pacificamente o que está havendo.
Quando menos espero, surge essa incerteza em minha vida. No momento em que tomo a iniciativa na tentativa de mudança, logo retrocedo e deixo por assim mesmo. Procuro a resposta da dúvida nas coisas singulares, volto ao passado com a esperança de encontrar a luz. Enquanto me lanço nessa busca pela compreensão, interiormente brota uma sensação estranha. Tento compreendê-la, mas a profundidade da mesma é tanta, que nem mesmo dias refletindo me ajudam. A cada reflexão, a incerteza pulsa intensamente e me pergunto até quando isso irá durar. É como se fosse uma música tocando. Quando ouço a música, tudo está bem, pois me familiarizo com a melodia, sei o tempo de duração, me sinto confortável e em segurança. Mas quando a música chega ao fim, volto à estaca zero, o passado vem a tona juntamente com toda a insegurança e incerteza novamente.
É um verdadeiro ciclo sem fim, só basta eu compreender isso. Se essa etapa da vida tivesse fim, não haveria sentido em viver, pois sempre permaneceria estático no mesmo ponto, como uma música composta por mesma nota - sem acordes, sem o harmônico do grave e agudo, sem emoção e sem vida.
A vida é como se fosse uma canção, nós que a compomos e regemos. Traçamos nossos caminhos, assim como escrevemos as notas em um pentagrama. A música só é ouvida, quando a tocamos, assim como a vida, que só é vivida quando a vivemos.

2 de maio de 2010

Enigmas da vida

As vezes fico preocupado por coisa ínfima, outras vezes nem percebo que o mundo está acabando diante dos meus olhos. Tem meros detalhes que guardo facilmente, que até então não faziam sentido, mas depois se tornam a chave para entender perfeitamente o que estava havendo comigo naquele momento. Pior quando algo fácil e banal de se guardar se esvai em fração de segundos e depois demora séculos para lembrar daquele ocorrido.
Quando isso acontece, me sinto sem rumo ou indeciso. Não sei o que fazer ou o que priorizar, e como sempre, fico estático no mesmo lugar. São coisas que só o tempo poderá mudar, porque quando você entra em algo rotineiro, fica difícil sair desse ciclo vicioso.
O que se torna rotina as vezes me traz plenitude, pois tenho a certeza que acontecerá novamente no dia seguinte. Mas as vezes o "cair na rotina" tira a surpresa e a ansiedade que traz a você uma sensação diferente, indecifrável.
Em certos momentos o indecifrável complementa a sensação de vazio. Uma sensação não muito peculiar, que por mais que eu lute ou desvie a atenção, continua comigo. Não a todo momento, mas em momentos particulares e passageiros. Momentos em que realmente você está vazio, incompleto.
Tem momentos que esses acontecimentos parecem ser algo ruim, algo que te deixa diferente, mas somente o tempo mostrará a você que aquele vazio e o enigma do não saber eram na verdade o seu complemento e a sua compreensão.
Tudo acontece na hora certa, basta acreditar. Somente o tempo mostrará a você que tudo o que aconteceu foi por algum motivo - e esse com certeza foi o melhor dos motivos.